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ARQUIVO-MUSEU DE LITERATURA BRASILEIRA

Que leitor não gostaria de ver os manuscritos de seu escritor favorito, as cartas que ele recebeu ou enviou a amigos, quem sabe, talvez, de ler furtivamente o seu diário? Não por mera curiosidade, mas como um ato de amor, pois os escritores com que mais nos identificamos são, mesmo que tenham vivido em outra época, presenças que nos aquecem o coração e nos elevam o espírito.

É o que o Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB), criado por inspiração de Carlos Drummond de Andrade, proporciona aos pesquisadores da literatura brasileira.

Foi numa crônica publicada em julho de 1972 que Drummond se referiu à sua "velha fantasia": um museu de literatura que reunisse não só papéis mas também objetos relacionados à criação e à vida dos escritores brasileiros.

Naquele mesmo ano, graças ao poeta e ao bibliófilo Plínio Doyle, nascia o AMLB, cujo acervo se enriqueceu com doações de diversos materiais pertencentes a dezenas de escritores.

Os que utilizam seus acervos para trabalhos acadêmicos ou em tarefas ligadas aos meios de comunicação descobrem possibilidades impensadas: os papéis fornecem pistas sobre os mistérios do ato da escrita e os objetos emocionam ao revelar sutilezas da personalidade do antigo dono.

Mas não se trata apenas de evocar o passado. O AMLB – como Drummond imaginava o seu museu literário – incita a fantasia e a criatividade dos usuários, que ali renovam as suas concepções sobre os movimentos estéticos, históricos e sobre os próprios autores, instaurando novos vínculos com o presente.

Para a divulgação do acervo são editados inventários, apresentadas exposições e site dos seus documentos. A divulgação é feita mediante disponibilização de informações e de alguns documentos on-line, publicação de inventários e organização de exposições, palestras e seminários.

O Arquivo-Museu de Literatura Brasileira - AMLB obteve o seu registro no Código de Entidades Custodiadoras de Acervos Arquivísticos – CODEARQ, do Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ. Isso significa que a partir de agora o código de referência dos documentos arquivísticos do setor é oficialmente reconhecido como BR RJFCRBAMLB.



São denominados arquivos históricos aqueles arquivos e coleções familiares e pessoais de personalidades relevantes para a História do Brasil ou que tenham representatividade no círculo historiográfico.

Os conjuntos documentais são organizando segundo sua procedência, sendo denominados fundos de arquivos os conjuntos de documentos produzidos e acumulados por uma pessoa física ou jurídica ao longo de sua existência, enquanto que coleções são os conjuntos formados por documentos reunidos por vontade de um colecionador. O acesso aos documentos pertencentes a cada um deles é feito por meio de índices onomásticos, temáticos e cronológicos, inventários analíticos e por consulta à base de dados.

Inicialmente, os arquivos historicos seriam constituídos por arquivos de contemporâneos de Rui Barbosa, para complementar o contexto histórico do final do Império à República Velha. O recebimento do arquivo de Américo Jacobina Lacombe e da família Barbosa de Oliveira, porém, propiciou a ampliação da perspectiva política inicial e possibilitou a preservação e a organização de fontes primárias relevantes para a historiografia brasileira.

Nesse acervo diversificado encontram-se, por exemplo, documentos referentes ao inventário dos bens da família imperial, hipotecas de escravos, papéis sobre a Revolução Federalista de 1893, cartas de personagens relevantes como Artur Bernardes, Gustavo Capanema, informações sobre exploração do ouro no país, estudos sobre a substituição da gasolina pelo álcool ainda da década de 1930.


O arquivo Rui Barbosa é constituído de cerca de 60.000 documentos que Rui Barbosa produziu e recebeu entre 1849 a 1923. Traduz a sua vida pública, seja como ministro, jornalista, advogado e diplomata, bem como sua vida social e familiar.

Índices onomásticos, temáticos e cronológicos, bem como inventários analíticos, auxiliam o acesso aos documentos, através de consulta à base de dados Arquivos Pessoais. Há edições disponíveis de alguns de seus instrumentos de pesquisa.


A biblioteca que Rui Barbosa organizou ao longo de sua vida, e que foi adquirida pelo governo brasileiro em 1924, reúne 23 mil títulos, em 37 mil volumes. São livros sobre os mais variados ramos do conhecimento, destacando-se as obras jurídicas - pode-se dizer que ele possuía as legislações de todos os países, suas constituições, os códigos e as leis civis, comerciais, penais e processuais.

Rui colecionava as obras dos maiores jurisconsultos dos séculos XIV ao XVII, revistas estrangeiras sobre quase todos os ramos do Direito. Adquiriu dicionários jurídicos, além de extensas enciclopédias, gerais e especializadas. Encontram-se na biblioteca as Leis do Brasil (1808 a 1923), os Anais da Assembléia Constituinte(1823 e 1891), da Câmara (1826 a 1923) e do Senado (1826 a 1923).

Entre as obras raras destacam-se a Divina comédia, de Dante, precioso incunábulo, editado em 1481 por Landino; o Rerum per octennium in Brasilia, de Barlaeus, editado em 1647; a La vie de Notre-Seigneur Jésus Christ, de Tissot, editada em 1896-1897 e a 1ª edição da Crônica de D. João I, de Fernão Lopes, editada em 1644.

Este valioso acervo está disponível e pode ser consultado na sala de consulta no edifício-sede, e acessado na base de dados Biblioteca. Para consulta exclusiva dessa coleção, use a sigla RB no campo no localização/coleção, no modo de pesquisa avançada.

Como resultado de projeto para a atualização de seus instrumentos de pesquisa, realizado em 2007, estão disponíveis para consulta, em versão digital, capas e extratos de 106 títulos, e a coleção de recortes organizada por Rui Barbosa, sobre temas de seu interesse. Nessa ocasião, foi editado o Catálogo da Biblioteca de Rui Barbosa, onde estão relacionados os 23 mil títulos da coleção.

Em outra seção do site, você pode conhecer as dependências da biblioteca, em visita virtual à casa onde Rui morou.



A Casa de Rui Barbosa está localizada em lote de uma das antigas chácaras de Botafogo que, no século XIX e primeiras décadas do século passado, era o bairro preferido pela aristocracia como área residencial. Em estilo neoclássico, a casa, situada no meio de um vasto jardim, foi residência de Rui e de sua família até 1923.

Em 1924, um ano após sua morte, o governo comprou o prédio, inclusive a biblioteca e o arquivo de Rui. Quatro anos mais tarde, adquiriria também o mobiliário.

Em 13 de agosto de 1930 o presidente Washington Luís inaugurava-a como o primeiro museu-casa do Brasil, homenageando seu antigo líder político. Na ocasião, cada um dos aposentos ganhou um nome, rememorando passagens significativas de seu patrono.

Núcleo original do que é hoje a Fundação Casa de Rui Barbosa, o Museu desenvolve atividades de pesquisa, conservação e educação, além de promover projetos de integração com a comunidade.

Outro conjunto é constituído por documentos reunidos em decorrência das atividades e projetos da Fundação Casa de Rui Barbosa:

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